HIS GIRL FRIDAY (1940, Howard Hawks)

HIS GIRL FRIDAY (1940, Howard Hawks)

Em 1928, Ben Hecht e Charles MacArthur escreveram “The Front Page”, a melhor comédia jornalística de todas; em 1940, Howard Hawks realizou a adaptação da peça de Charles Lederer. Com Cary Grant como o editor autoritário e Rosalind Russel como a jornalista sem escrúpulos, com tinta a correr-lhe nas veias.
Os melhores diálogos de sempre, sobrepostos e a uma velocidade vertiginosa suportam o filme; “gags” de palavras substituem os gags visuais das comédias-mudas, enquanto pessoas frágeis, cínicas e infantis correm, de um lado para o outro, trocando mensagens corruptas entre si.
Com um “ensemble” de repórteres, fantástico: Ernest Truex, Cliff Edwards, Porter Hall, Roscoe Karns, Frank Jenks, Regis Toomey; e com Gene Lockhart como o “Sheriff”, Billy Gilbert como o mensageiro, e ainda com John Qualen, Helen Mack e com Ralph Bellamy como o "pau-mandado", um respeitável homem de negócios e Alma Kruger como sua mãe.
Este peculiar género americano de comédia “slapstick” verbal foi admirado por todo o mundo pela sua vitalidade e frescura, e invejado pela sua liberdade sobre certos tipos de censura política. O alvo destas descaradas e irreverentes comédias foi sempre a própria América; talvez nenhum outro país pudesse criticar-se e satirizar-se a ele próprio tão livremente, nesta época. Ironicamente, até há bem pouco tempo, esta liberdade tinha-se perdido, não por pressão governamental, mas pela pressão das bilheteiras – o medo de ofender, de ferir certas susceptibilidades. Muitos destes “character actors”, com as suas idiossincrasias de sotaque e aparência, as suas idées fixes, tinham desaparecido.
Oh hum … Não se deve fazer pouco das pessoas!